segunda-feira, 17 de maio de 2010

... O vestido de noiva









As caixas que nos entregaram para acondicionar as roupas da mãe do P eram de grande porte, seria impossível o P as carregar com uma mão do primeiro piso para o rés do chão e eu sozinha também não podia, por isso estendemos uns lençóis no hall da entrada e atirámos a roupa do primeiro piso para baixo, quando os armários do quarto da mãe dele ficaram vazios descemos para acondicionar a roupa nas caixas e por fora escrevemos “Cruz vermelha”… enquanto o P ligava à irmã para Itália lembrando que a casa ia ser vendida e como queria que se fizesse em relação aos seus pertences eu subi novamente para o quarto da mãe dele …existia uma arca que me despertou a curiosidade … estava ansiosa por a abrir… sempre achei que as arcas muitos misteriosas… estava fechada … lembrei me ter visto uma chave num guarda jóias … era a chave certa… por cima tinha um vestido antigo de baptizado… a seguir o vestido de noiva da mãe do P… já o tinha visto numa foto … nunca percebi o entusiasmo das minhas amigas por um vestido de noiva … entrar numa igreja assim vestida nunca fez parte do meu imaginário… nem todo aquele ritual que envolvia o casamento em que tudo era encenado… com horas marcadas para tudo… em que nada era espontâneo… com promessas que sabem que não vão cumprir mas na hora preferem fazer de conta que sim… para mim amar era muito mais simples não eram preciso protocolos, assinaturas, alianças que eu considerava algemas… mas mesmo assim apeteceu me experimentar o vestido para ver se algo mudava em mim… nada… não senti nada … era um vestido bonito só… estava um pouco largo… levantei a saia de um lado e prendi com uma jóia de maneira que a perna e parte da coxa ficasse a mostra… com outra jóia prendi um pouco de tecido de maneira a evidenciar mais o decote… prendi o cabelo no alto da cabeça com algumas pontas caídas… passei um pouco de rímel e batom… o P. pôs um disco a tocar e chamou por mim para lancharmos… desci as escadas devagar … descalça … quando cheguei à sala ele estava de costas… perguntei “o cavalheiro dança? ” quando me viu ficou atónico… não conseguiu falar … eu senti que ele gostou do resultado mas ficou com duvidas quanto ao seu significado como se eu lhe estivesse a enviar alguma mensagem que ele não queria decifrar… não dei importância… encostei me a ele e dançamos em silencio… sem sapatos o meu rosto ficou ao nível do seu coração que batia descompassadamente… quando a musica acabou dei lhe um breve beijo na boca e voltei para o quarto… tirei o vestido… coloquei o delicadamente em cima da cama olhei mais uma vez para arca que eu sentia tinha muitos mistérios para desvendar e desci para lanchar… o P estava sentado no sofá muito pensativo… o que teria ele pensado…

3 comentários:

► JOTA ENE ◄ disse...

ººº
Pelo texto quer-me parecer que não és muito beijoqueira.

Mas desde já acrescento, eu sou, e... quando roubo um beijo e não roubo o resto não mereço os favores prometidos. (hihihi)

Bjo___incongruente (eu ao menos dou)

Anónimo disse...

Pelo que eu percebi, Felina você é de Portugal não é?
eu sou do Brasil1 descobri seu blogue à um dia e ja li ele todinho!!!!
Muiiiiiito bom, parabéns , você faz nós imaginarmos a cena tão bemmm!!!
Beijinhos irmãos de Portugal!!!
Amei a historia, e estou ansiosa para o proximo Post...estarei sempre aqui

Woman in Red disse...

Eu sei o que ele esta pensando, mas não digo ele pediu para não dizer...



Beijo de luxuria